Anais do I Simpósio Nacional "Sinais em Foco"

Anais do I Simpósio Nacional sobre o Desenvolvimento de Produtos e Processos na Perspectiva da Surdez: Sinais em Foco

1 - Sinal Verde para todos através do SPREAD THE SIGN:

Juliete Viana Felinto de Souza, Andressa de Souza, Valentinne Valentim, José Pires, Marcelle Carvalho de Souza, Irene Ramos Junior, Erika Winagraski, Helder Silva Carvalho, Thays Merçon, Joana Angélica Monteiro, Luciane Rangel, Esmeralda Stelling, Elenilde Torres, Cristina Delou, Helena Carla Castro, Ruth Mariani

Introdução: A partir do desejo de captar o micro-universo das práticas cotidianas em seu próprio lócus e dinâmica para auxiliar na formação dos licenciados e alunos, surdos e ouvintes, sobre o seu posicionamento crítico diante do conhecimento do mundo e da sua própria vida (Curriculo Vivo) Conhecimentos primordiais nos processos de comunicação e combate a falta de comunicação entre os deficientes no mundo. Este trabalho tem como objetivos descrever e divulgar o projeto Spread the sign para todos na escola, criado a partir de diferentes ações envolvendo espaços não formais de educação.
Metodologia: O projeto iniciou na escola rede pública Professor Ismael Coutinho (IEPIC) do município de Niterói, RJ. Com a proposta de inclusão implantar na escola em 2013 houve uma reorganização dos espaços e a utilização de diferentes metodologias e recursos para garantir o acesso do aluno surdo as línguas de sinais do mundo.
Resultados: A implantação do dicionário Spread the sign possibilitou aos alunos a demonstrar técnica em multimídias e lhes proporcionaram uma formação diferenciada sobre as línguas de sinais do mundo. Tivemos como resultado o envolvimento prático dado a colaboração na execução do projeto mostrando-se capas de entender o novo paradigma de evolução na língua de sinais.
Conclusão: Através das atividades de educação não formal desenvolvemos na sala de recursos do IEPIC com alunos deficientes e ditos normais, possibilitamos o exercício da cooperatividade, da comunicação, do desejo de aprimorar, além desenvolvimento de um laço afetivo que desencadeou nos nossos alunos uma autonomia significativa, oportunizando o desenvolvimento pessoal/social do grupo e o engajamento na transformação da comunidade escolar.


2 - Língua Portuguesa Escrita Para Alunos Surdos.

Luciana da Silva Goudinho (Universidade Federal Fluminense) e Ruth Mariani (Instituto de Educação Professor Ismael Coutinho).

Nesse trabalho fazemos um plano de intervenção que contemple as dificuldades dos alunos surdos com vistas ao aprimoramento da escrita em Língua Portuguesa. Por esse plano buscamos oferecer aos alunos estratégias de ensino que contemplem a diversidade das situações específicas de aprendizagem, que inclui a surdez. A oficina de Língua Portuguesa escrita tem por objetivo identificar as dificuldades dos alunos surdos a partir dos textos por eles produzidos para selecionar a dificuldade que merece mais atenção e análise. Partindo desse trabalho uma série de atividades são elaboradas com o intuito de familiarizar cada vez mais o aluno e a língua escrita. É na articulação entre as formas: Língua de Sinais, língua oral escrita e imagem que buscamos desenvolver o pensamento linguístico do surdo. Para isso partimos em primeiro lugar do conhecimento dos alunos para buscarmos assuntos com que eles se identifiquem. Aqui o trabalho com imagens foi privilegiado para que os alunos tivessem referências sobre os temas trabalhados e pudessem relacionar as imagens com o texto escrito. O trabalho realizado com alunos mostra avanços significativos onde aqueles que escreviam palavras evoluíram para frases, os que escreviam frases passaram a compor pequenos textos e os que já estavam escrevendo textos passaram a escrever textos bem maiores. Ressaltando que o aumento do vocabulário também foi um ponto bastante positivo que conquistamos através deste trabalho. Portanto buscamos a partir da primeira língua do surdo, criar parâmetros para a construção do português escrito, utilizando a representação icônica e interação com a linguagem escrita alfabética.

3 - O MUSEU E A LÍNGUA DE SINAIS: REALIDADE OU UTOPIA?

João Paulo Ferreira da Silva e Gerlinde Agate Platais Brasil Teixeira

Curso de Mestrado Profissional em Diversidade e Inclusão, Instituto de Biologia, Universidade Federal Fluminense - UFF.

Percebe-se que os museus ao se referirem aos assuntos de acessibilidade, primam pela adequação do espaço físico aos cadeirantes e muletantes. Observa-se que há um número reduzido de espaços culturais acessíveis à participação dos surdos, usuários da Língua de Sinais. O presente trabalho é resultado de uma pesquisa bibliográfica, de campo e virtual sobre a acessibilidade aos surdos nos museus. Apresenta-se como objetivo geral a importância de verificar como os museus atendem aos visitantes surdos, usuários da Língua de Sinais. Tendo em vista os Programas de Ação Educativa e os Recursos de Multimídia utilizados em exposições, o objetivo específico limita-se a analisar a informação e a comunicação estabelecidas em tais espaços. Como procedimento metodológico traçou-se um panorama sobre alguns museus inclusivos, bem como seus programas educativos nos trabalhos com os surdos no Brasil e no exterior. Dessa forma, uma visão mais criteriosa possibilitou refletir sobre a acessibilidade comunicativa e informativa nos museus. De acordo com a pesquisa de campo realizada nos museus, tais como a Pinacoteca do Estado de São Paulo, Casa Museu Portinari/SP e o Museu de Arte Moderna/SP, que atendem aos visitantes surdos, usuários da Língua de Sinais, essa pesquisa analisou as práticas e as possibilidades do trabalho acessível de inclusão dos surdos à cultura, ao lazer e, por conseguinte, ao conhecimento. É importante considerar que os museus, que abordam questões acerca da acessibilidade em suas programações anuais, capacitam e refletem a respeito de assunto relevantes pertinentes aos museus que procuram a aprendizagem para sua equipe a partir de experiências de programas adequados aos visitantes surdos.

4 - A inclusão aplicada e aplicável com o uso dos espaços não-formais

Sandro Medeiros Portella

Resumo: O projeto Sinal Verde Para Todos Na Escola foi implementado em conjunto com os estudantes ouvintes e surdos de um colégio público inclusivo de Niterói a partir de ações desenvolvidas em parceria com uma universidade federal. Essas ações envolveram espaços não-formais e externos a sala de aula incluindo Visitas a Museus e ao Jardim Botânico; Oficinas de LIBRAS e artes com geração de Midiateca e Horta Escolar construindo redes interativas entre alunos e licenciandos. O projeto contribuiu para a formação dos futuros profissionais da Educação Infantil e Ensino Fundamental que devem atuar junto às pessoas com necessidades educativas especiais, observando-se um aumento da capacidade crítica e reflexiva dos licenciandos quanto a seus papéis na atuação em uma sociedade escolar inclusiva. Simultaneamente, o exercício da cooperatividade e da comunicação, oportunizou uma autonomia significativa e o desenvolvimento pessoal/social do alunado ouvinte e surdo com engajamento na transformação da comunidade escolar.

5 - Um olhar diferente sobre as aves: A utilização de material lúdico no ensino de zoologia para alunos surdos

Livia Dias¹, Ruth Mariani¹², Cristina Delou¹² Helena Castro¹²

¹LABiEMol, GCM, Instituto de Biologia, Universidade Federal Fluminense (UFF);²Programa de Pós-graduação em Biologia das Interações (PPBI), Instituto de Biologia, Universidade Federal Fluminense (UFF),
E-mail: lviadiasnit@gmail.com

A zoologia é a ciência que estuda os animais, incluindo as aves, abrangendo diferentes aspectos de sua fisiologia, morfologia e comportamento. A dificuldade na abordagem desse tema com alunos surdos envolve, dentre vários fatores, a ausência de recursos didáticos adequados e a carência de sinais em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) para a maioria dos termos científicos incluindo o próprio nome das aves. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi desenvolver um miniglossário sobre aves a partir de um material lúdico criado para este fim, juntamente com alunos surdos do uma escola da rede pública do município de Niterói, RJ, que possui uma proposta de educação inclusiva. A pesquisa iniciou com uma dinâmica utilizando um jogo: “Conhecendo as Aves”, seguida pela realização de uma roda de discussão. Com base nas relações sócio-interacionais, os alunos estabeleceram um diálogo crítico promovendo a construção de novos enredos, cuja dinâmica permitiu a elaboração de um miniglossário com sinais em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) para sete aves. O processo foi feito baseado na morfologia e comportamento das aves escolhidas e finalizado com uma visita a um zoológico, onde os alunos puderam praticar esses sinais e ainda ver de perto outros bichos em uma visita guiada. O resultado dessa pesquisa está disponível no blog da sala de recursos do Instituto Educacional Professor Ismael Coutinho http://saladerecursosiepic.blogspot.com/ para divulgação dos novos sinais a fim de atingir a comunidade surda não só de Niterói, como também de outros locais.


6 - A Construção da Escrita dos Surdos Através de Gêneros Literários.

Edwiges Felipe¹, Fabricia dos Santos¹, Márcio Murta²,, Andressa Moura¹, Elisângela Marcheti¹, Juliete Viana¹, Thays Merçon¹, Ruth Mariani¹,²

¹ Universidade Federal Fluminense, ² IEPIC

Consideramos que para o ensino desta língua estrangeira L2 (Língua Portuguesa), a leitura deve ser uma das principais preocupações, pois através dela o indivíduo pode aprender e aperfeiçoar sua escrita. Os alunos se familiarizaram com os referidos gêneros, identificando os mesmos em suas características e diferenças. Este trabalho consiste em informar e fazer com que os alunos surdos possam reconhecer os diferentes gêneros apresentados, literários ou não, para com isso trabalhar a literatura em Língua Portuguesa (L2). Incentivando os alunos a perceberem as diferenças entre eles, sejam literários ou não. Após um semestre de trabalho atingimos os seguintes resultados: Produção de vídeos como: IEPIC-Uma História de Inclusão, vídeos com mono conceitos de física, teatro e filmagem da peça: “O Patinho Surdo”, a produção de histórias em quadrinhos, fábulas e crônicas. Todas as produções foram realizadas primeiramente em LIBRAS e depois na segunda língua. Observamos que os alunos expandiram o seu vocabulário e aprimoraram a estrutura escrita da língua portuguesa pelos resultados obtidos nas atividades propostas.Os gêneros textuais contribuem para ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do dia a dia. Acreditamos que ao conhecer os gêneros, melhor será a compreensão dos textos, o reconhecimento da sua estrutura e a compreensão do seu objetivo, e também a produção destes. Os gêneros textuais não são estruturas definidas, não é possível contá-los e listá-los, pois são fenômenos sócio-históricos e culturalmente sensíveis aos surdos.

7 - A Utilização de Jogos no Ensino de Ciências na Educação de Surdos


Ellen O. R. Santos, Andressa De Souza e Silva, Ruth Mariani, Cristina Delou.

Universidade Federal Fluminense

A escolha do tema dessa pesquisa surgiu a partir de observações das dificuldades enfrentadas pelos alunos surdos em aprender conteúdos de Biologia. Esse fato demonstra a necessidade de se ter um ensino que garanta as ferramentas visuais adequadas, sendo as principais delas, a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e recursos didáticos com os quais os surdos possam visualizar e entender melhor o conteúdo. Mas a dificuldade na abordagem desse tema com alunos surdos e a falta de recursos didáticos adequados têm proporcionado, como conseqüência, um impedimento na compreensão e assimilação do conteúdo por parte desses alunos. O objetivo foi criar e aplicar um recursos didáticos buscando uma maior aprendizagem e associação do tema abordado, vitaminas, em uma escola pública inclusiva. O jogo criado é composto por 64 cartas, identificadas, contendo um pequeno texto, os sinais das vitaminas, em LIBRAS, e fotos que garantam um maior entendimento e uma maior fixação do conteúdo apresentado. Cada carta possui as informações para a movimentação no tabuleiro que pode ser para avançar ou voltar casas. Também é composto por um tabuleiro onde os alunos deverão andar com as suas peças. No tabuleiro haviam casas que continham pontos de interrogação nas quais os alunos teriam de responder perguntas ao passarem ou caírem nelas. Essas perguntas estavam identificadas em cartas as quais os alunos sorteariam qual iriam responder. Os resultados observados fortalecem as 34 ideias evidenciadas por Campos et al. (2003) de que o processo de ensino-aprendizagem apresentado de forma lúdica, fugindo do modelo clássico conteudista, pode promover o entusiasmo dos alunos resultando em um aprendizado significativo, em que eles são os principais responsáveis pela construção de seus próprios conhecimentos.

8 - Ensino de Física e surdez: produção e uso de vídeos didáticos bilíngues


Lucia da Cruz de Almeida¹- Ruth Mariani²

¹Departamento de Física e Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências da Natureza.
²Programa de Pós-Graduação em Ciência e Biotecnologia da UFF

Nas últimas décadas, as pesquisas em ensino de Física geraram recomendações para a melhoria dos processos de ensino de aprendizagem, contudo, em relação à inclusão de alunos surdos, as sugestões de recursos e estratégias didáticas ainda são escassas. As interações entre professor/alunos, aluno-aluno e aluno-material didático têm sido colocadas como de fundamental importância no processo de aquisição de novos conhecimentos. A comunicação com alunos surdos em aulas de Física do Ensino Médio fica prejudicada em decorrência da falta de domínio da Língua Brasileira de Sinais, por todos os envolvidos no processo de ensino e , pela falta de sinais que expressem a linguagem científica. Com o intuito de contribuir para a ampliação da cultura em Física de alunos surdos e suprir a falta de recursos didáticos adequados à inclusão desses alunos no ensino regular, optamos por desenvolver atividades didáticas com um grupo de alunos da Sala de Recursos de uma escola pública, em Niterói, que viabilizassem a produção de vídeos didáticos bilíngues – Português e LIBRAS. Para tanto, primeiramente, os alunos participaram de atividades de ensino, nas quais prevaleceu o uso de recursos diversificados e, posteriormente, foram convidados a atuarem como intérpretes em LIBRAS na produção dos vídeos. O processo se mostrou válido, tanto para a aprendizagem de conceitos físicos quanto para a criação de sinais relativos à linguagem científica.

9 -Biotechnology: a non-existing word/world for the Brazilian deaf community


Ruth Mariani1, Cristina Maria Delou1, Andressa da Silva Souza2, Valentinne Rodrigues Valentim2, Deivid dos Passos2, Angel Galhano2, Larissa Farias2, Karolin Moraes2, Juliete Viana² ,Helena Carla Castro1

1 Programa de Pós-Graduação em Ciências e Biotecnologia e 2 LaBiEmol , IB UFF, RJ.

A biotecnologia é um tema complexo que está direta ou indiretamente presente em nossas vidas, desde alimentos até remédios, o objetivo deste trabalho é sugerir um sinal para a palavra Biotecnologia para ajudar no entendimento da área biotecnológica. Seis alunos surdos de uma escola pública foram convidados a participar neste trabalho, e para garantir a sua compreensão, criamos uma aula sobre este tema de uma forma de ensino investigação orientada, utilizando também materiais para contextualização (por exemplo, uma garrafa de óleo vegetal transgênico). No final, três indicações para Biotecnologia surgiu: a) a combinação do sinal de biologia - mão direita assinar a carta B que gira em torno de um pouco no ar - com um outro movimento, de modo que o sinal final é a mão direita na posição de letra b (para Bio) esfregado na palma da mão esquerda , para lembrar o processo de geração de algum produto utilizando métodos biotecnológicos ; b ) Eles usaram datilogogia para as letras b, I e S e o sinal de tecnologia ( mãos em posição de letra T ligeiramente girando em frente um do outro ). E c) a combinação da vida sinal de sentido - a mão direita com os dedos juntos no ombro esquerdo - para Bio, seguido pelo sinal de tecnologia descrita acima. Como cidadãos, comunidade surda deve ser permitido compreender as implicações das principais mudanças trazidas pelos avanços biotecnológicos e sobre essa matéria, a criação deste e de outros sinais científicos podem ajudar essa comunidade a garantia do acesso e entender de informação atual biotecnológica .

10 - ATENÇÃO À SAÚDE DA MULHER SURDA: UM ESTUDO COMPARATIVO DE SINAIS ENTRE LIBRAS E AMERICAN SIGN LANGUAGE PARA A PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO

Thays Merçon, Dilvani Santos, Cristina Delou, Ruth Mariani, Helena Carla Castro

Curso de Mestrado Profissional em Diversidade e Inclusão, Instituto de Biologia, Universidade Federal Fluminense

RESUMO:
            A sexualidade e a saúde do adolescente e da mulher têm sido colocadas na ordem da política educacional, devido ao nível crescente de portadores de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e alta incidência de gravidez na adolescência, que é um fator relacionado ao mau desempenho e evasão escolar. Neste contexto inclui-se a comunidade surda, cujo acesso as campanhas educativas veiculadas a mídia fica comprometido pelo uso exclusivo da língua portuguesa. Assim, o ensino e o debate sobre a sexualidade e as DSTs envolvendo os surdos devem ocorrer pela análise da existência de sinais que permitam uma abordagem apropriada e livre de mistificações. Neste trabalho comparamos os sinais que abordam o tema sexualidade na Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS utilizando como fonte de busca o Dicionário online Acessa Brasil e aqueles existentes na American Sign Language – ASL, presentes na 23ª edição do livro “Signs Of Sexual Behavior, An Introduction To Some Sex-Related Vocabulary In American Sign Language” resultante da pesquisa do Dr. James Woodward, Professor Associado de Linguística e Inglês pela Universidade de Gallaudet em Washington. A análise de 92 palavras/sinais existentes no livro revelou que 49 delas não estão presentes no dicionário multimídia de LIBRAS com um percentual maior que 50% de ausência de termos. Os sinais representando as partes do corpo como pênis e vagina estão presentes, enquanto outros como coito interrompido, sífilis e diafragma não foram encontrados. A inserção de termos envolvendo este tema pode auxiliar no suporte oferecido aos jovens adolescentes por médicos e profissionais de ensino. Vale a pena ressaltar que a ausência dos sinais no dicionário multimidia, não indica a ausência na LIBRAS formal ou informal, mas aponta para a necessidade de um estudo mais detalhado desta questão, que deve ser tratada como de importância na saúde pública envolvendo a comunidade surda.

11 - Dicionário Científico em LIBRAS

Isaías da Conceição Amado(UENF) Ruth Mariani Braz(UFF), Maria Cristina Delou (UFF), Hena Castro (UFF).


O projeto tem como objetivo criar um dicionário científico online em libras que sirva como suporte para estudos científicos na comunidade surda, tendo em vista que para muitos termos acadêmicos não há sinalização adequada. 

12 - ATIVIDADES PARA O ENSINO DE ONDAS SONORAS: UMA PROPOSTA INCLUSIVA


Eduardo Bruno da Rocha Sampaio (brunosampaio90@globo.com) - licenciando em Física na UFF; Ruth Mariani (xxx) - IEPIC; Isa Costa (isac@if.uff.br) – Instituto de Física UFF

Pesquisas indicam que os livros didáticos tratam o tema ondas sonoras baseando-se na ideia de que todos os alunos são ouvintes, praticamente impossibilitando que aqueles com necessidades especiais auditivas tenham acesso à aprendizagem significativa sobre o assunto. Propomos atividades em que slides e simulações de computador são utilizadas, explorando a visão e o tato. As atividades foram aplicadas na Sala de Recursos Multifuncionais do Instituto de Educação Professor Ismael Coutinho, em quatro encontros semanais de cerca de uma hora, registrados em vídeo e fotos. Participaram em média 12 alunos com faixa etária entre 12 e 19 anos. Os encontros foram marcados pela participação intensa dos alunos, que sempre faziam perguntas sobre situações análogas às que foram apresentadas. O diálogo entre os alunos e o licenciando foi facilitado pelas presenças de uma intérprete e da coordenadora da Sala de Recursos Multifuncionais. Em algumas dessas oportunidades foi possível a criação de símbolos em LIBRAS. Um deles para a palavra “eco”.

13 - Elaboração do Jogo Didático-Interativo "A Ordem das Coisas: Buscando Valores no Universo"

Raquel Valentim Alves Bastos (raquelvalentim@id.uff.br)
Ruth Maria Mariani Braz (ruthmariani@yahoo.com.br)
Bianca da Cunha Machado (bianca@vm.uff.br)
Helena Carla Castro (hcastrorangel@yahoo.com.br)

Instituições: Universidade Federal Fluminense (UFF) e Instituto de Educação Professor Ismael Coutinho (IEPIC)

A Tabela Periódica é um instrumento para a compreensão do Universo e das atividades que nos cercam, contudo podemos perceber que há um distanciamento do aluno em relação a este conteúdo. O objetivo deste trabalho foi criar um material didático interativo que aborde este tema e possa facilitar o processo de ensino-aprendizagem dos conteúdos envolvidos, permitindo assim a compreensão da interdisciplinaridade existente. Para tal foi confeccionado um jogo no estilo “Caça ao Tesouro” – A Ordem das Coisas: Buscando Valores no Universo que foi avaliado através do método quali-quantitativo com aplicação de questionários com um grupo de alunos surdos de uma escola pública estadual, podendo comprovar a aplicabilidade do referido.


14 - DICIONÁRIO CIENTÍFICO EM LIBRAS: serpentes e aranhas em sinais


Jeane Magalhães Mendonça, FAMATH
Beatriz de Castro Correa, UFF
Ruth Mariani, UFF
Helena Carla Castro, UFF
Cristina Maria Carvalho Delou, UFF

A educação de pessoas surdas se faz com o uso da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), sistema significativamente diferente da Língua Portuguesa, baseada na modalidade viso-espacial. Em ciência há uma demanda significativa de sinais que garantam o acesso do aluno surdo à informação e ao ensino superior, ao direito a cidadania plena garantida por lei e a qualidade de vida. Aranhas e cobras são espécies de uma diversidade taxionômica que envolve mais de 40 mil tipos de aracnídeos e pelo menos 370 tipos diferentes de serpentes no Brasil contudo em LIBRAS estão reduzidos a um sinal apenas. Este projeto tem o objetivo de divulgar os sinais que os funcionários surdos que trabalham no Instituto Vital Brazil criaram para referirem-se aos diferentes tipos de cobras e aranhas e divulgá-los em um dicionário online científico gratuito e aberto para futuras contribuições. A metodologia envolve entrevista semiestruturada, ilustração de diferentes tipos de cobras e aranhas, filmagem dos sinais, edição de pequenos vídeos, divulgação dos novos sinais no dicionário on-line. Os resultados deste projeto devem ressaltar a sua relevância porque além de contribuir para o ensino e aprendizagem em Ciências de alunos surdos, iniciando a divulgação de novos termos em LIBRAS, novas discussões sobre essa questão devem ser estimuladas nas comunidades surda e científica. Com uma melhor divulgação e debate sobre a ausência de sinais para os termos científicos nas subáreas de Ciências Biológicas na comunidade acadêmica, potencialmente poderemos estar estimulando a criação de novos termos na área de Biologia e também em outras áreas.

15 - A Atuação do Professor/Psicólogo junto ao aluno surdo na classe regular inclusiva no município de Niterói: Algumas reflexões segundo a psicanálise.

Gilcemar M. S. Miranda
Ruth Mª M. Braz
Marilia E. Arreguy

Universidade Federal Fluminense

Resumo:
Segundo a LDB 9.394/96 a educação tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Esta pesquisa tem o objetivo analisar as políticas existentes na Fundação Municipal de Educação de Niterói, no que tange a formação de professores para promoção da garantia da educação Inclusiva dos alunos surdos em suas Unidades. Compreendendo assim os efeitos da interação professor/psicólogo e seus alunos. Para realização desta buscou-se o método qualitativo, nas observações no que se refere aos aspectos inesperados e surpreendentes na prática deste profissional, suas falas, angústias e estratégias frente à realidade na convivência com os alunos surdos. Será feito um estudo teórico sobre conceitos da área da psicologia/psicanálise, com intuito de fundamentar novos olhares relativos à atuação de profissionais com formação em Pedagogia e Psicologia, sua importância e a possível colaboração desta dupla formação na aplicabilidade da implantação de uma formação no trabalho psicológico referente a educação destes. O resultado preliminar encontrado na literatura LIBRAS é fundamental àqueles que dela necessitam. Há ausência de profissionais com formação na psicologia nas escolas e que se comuniquem através da LIBRAS e falta de interpretes. Há ausência de sinais para os termos científicos da área da psicologia priva não só o aluno surdo do acesso à informação, mas também compromete o seu desenvolvimento pleno, privando-o ao direito a uma cidadania garantida por lei. Caso o surdo tivesse acesso a língua de sinais nos mais diferentes ambientes incluindo na psicologia, deixaria de ser estrangeiro em seu próprio país e teria acesso aos serviços da saúde de forma equiparada com os ouvintes.

16 - Curso On-Line sobre Altas Habilidades/Superdotação para Professores da Educação Básica: suplementando o ensino na sala de aula regular
Juliana Antunes Pessanha, CMPDI-UFF

Cristina Maria Carvalho Delou, CMPDI - UFF
Leandro da Silva Almeida, UMINHO; CMPDI-UFF

Dados do INEP (2010) mostram que alunos com altas habilidades/superdotação são menos citados no Censo Escolar do que alunos com deficiências ou com deficiência intelectual, embora documentos oficiais os apontem como público-alvo da Educação Especial e as políticas públicas voltadas para a melhoria da escola pública incentivem a descoberta de novos talentos voltados para a ciência ou vocação científica. São alunos que aprendem rápido, além de apresentarem comportamentos próprios que os diferenciam pelos elevados níveis de autonomia e reflexão crítica sobre a realidade. O objetivo do estudo é o de criar um curso on-line sobre Altas Habilidades/Superdotação para professores da Educação Básica para aperfeiçoar práticas de ensino nas salas de aula regular. Serão avaliadas as concepções sobre altas habilidades/superdotação, por meio de pesquisa qualiquantitativa, realizada com questionários semi-estruturados para a coleta de informação. Os conteúdos das respostas serão analisados e utilizados para a organização de Material Multimídia, estruturante de um curso on-line. Resultados preliminares apontam para números subestimados de alunos identificados e para o desperdício de talentos.

17 - A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO DA LIBRAS NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DO GRADUANDO DE LICENCIATURA

Suellen da Rocha Rodrigues – UFF/UERJ
Edicléa Mascarenhas Fernandes – UERJ/UFF

O presente foi desenvolvido pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação Especial e Inclusiva (NEEI/UERJ), através do oferecimento de Oficinas de LIBRAS para os alunos da Licenciatura, da disciplina “Práticas Pedagógicas em Educação Inclusiva”. Tendo como objetivo principal abordar a importância da formação dos futuros professores a respeito da LIBRAS, a partir do olhar dos mesmos. Foi utilizada como metodologia a pesquisa participante, realizada a partir da Oficina de LIBRAS, no segundo semestre de 2013, e do levantamento de dados obtidos por um questionário com perguntas abertas. Nas oficinas foi discutido a importância da LIBRAS para a comunidade surda e de sua construção linguística. Para isso são mencionadas algumas legislações, como: a Lei nº 10.436/02 (BRASIL, 2002) e o Decreto nº 5.626/05 (BRASIL, 2005), e apresentados alguns programas e dicionários on-line da língua de sinais, não apenas brasileira, mas também de outros países (ex.: http://www.acessobrasil.org.br/libras/ e http://www.spreadthesign.com/pt/), ferramentas estás que através do uso adequado podem se tornam de grande importância para auxiliar o professor no contado para com o aluno surdo. A partir das observações feitas na oficina e dos relatos dos participantes é possível concluir que a “descoberta” dos participantes sobre a LIBRAS faz com que os mesmos passem a olhar os alunos surdos com outros olhar, vendo que é possível que tais alunos sejam capazes de aprender o conteúdo didático e de se comunicarem com os não surdos desde que os mesmos tenham realmente uma oportunidade de aprendizado, que se dá através da utilização da LIBRAS. Concluímos ainda que os participantes percebem que a LIBRAS é uma língua e que por tanto se faz necessário aprende-la como tal, respeitando sua construção linguística.


18 - ENSINO A ALUNOS SUPERDOTADOS: A robótica educativa como estratégia didática
Eduardo Erick de Oliveira Pereira, UFF
Cristina Maria Carvalho Delou, UFF
Isabel Cafezeiro, UFF

O ensino a alunos com altas habilidades é um desafio para pais e escola. Visando tornar o aprendizado prazeroso, estimulante e atrativo, a robótica educativa apresenta-se como uma possibilidade de incentivar o aluno superdotado a explorar suas potencialidades, através de uma nova dinâmica de estudos em que o aluno é agente ativo no processo ensino-aprendizagem. A fim de mostrar como a robótica educativa pode favorecer o ensino a alunos superdotados foi criado o projeto “Casa Adaptada a Cadeirantes”, vinculado ao Curso Mestrado Profissional em Diversidade e Inclusão (CMPDI), do Instituto de Biologia, da Universidade Federal Fluminense (UFF). Utilizando-se do método da pesquisa-ação, o projeto conta com oficinas, que tem o objetivo de (re)significar os conteúdos escolares, fazendo com que esses sejam vinculados ao cotidiano do aluno. Além disso, o projeto incentiva que o aluno ultrapasse o papel de usuário da tecnologia, adquirindo consciência daquela ferramenta em todos os seus aspectos, incluindo-se aí a sua dimensão social e política. Para isso as atividades são voltadas para uma investigação construtiva e sensibilização para as dificuldades de cadeirantes. Enfim, é uma contribuição para um ensino diferenciado aos superdotados, que poderá também trazer frutos como a criação de projetos de espaços acessíveis e inclusivos.


19 - A Arte como estímulo ao aprendizado de Matemática e Educação Ambiental: experiência na Diversidade e Inclusão da EJA No IEPIC

Camila Matheus Rodrigues da Silva (Mestranda em Diversidade e Inclusão, UFF)
Rejany dos Santos Dominick (Doutora em História, Filosofia e Educação, UNICAMP)               
           
RESUMO
O presente texto tem por objetivo apresentar aspectos de uma prática docente inclusiva com alunos da Educação de Jovens e Adultos , do Instituto de Educação Professor Ismael Coutinho. O IEPIC está localizado em Niterói, Rio de Janeiro. Esta pesquisa está apoiada nas propostas da Declaração de Salamanca (1994). Esta estabelece o direito de jovens e crianças a uma educação inclusiva. A Constituição Federal de 1988 – que estabelece que "a educação é direito de todos e dever do Estado e da família..." e ainda, ensino fundamental obrigatório e gratuito, inclusive sua oferta deve ser garantida para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria.Os relatos e análises referem-se ao contato com estudantes oriundos de turmas de sexto e sétimos anos da EJA. A marca da história da EJA é a marca da relação de domínio e humilhação estabelecida historicamente entre a elite e as classes populares no Brasil. Essa concepção fomenta o preconceito contra seu público: adulto analfabeto, considerado “incompetente, marginal, culturalmente inferior” (FÁVERO, 2004, p.15), que tem sido profundamente internalizado por estas pessoas que se julgam sem direito à educação. Com o objetivo de ressaltar as relações entre teorias matemáticas, obras de artistas plásticos, conteúdos de Educação Ambiental e as várias situações do nosso dia a dia, este trabalho tem por finalidade mostrar a importância de um ensino interdisciplinar nas escolas de Educação Básica.

20 - Libras e Doutrina Espírita: necessidade de sinais específicos.

Profª. Esmeralda Peçanha Stelling, mestranda do Curso de Mestrado Profissional Diversidade e Inclusão – CMPDI - do Instituto de Biologia da Universidade Federal Fluminense, UFF.
Profª. Luciane Rangel Rodrigues, mestranda do Curso de Mestrado Profissional em Diversidade e Inclusão – CMPDI - do Instituto de Biologia da Universidade Federal Fluminense, UFF.
Profª. Dra. Cristina Maria Delou, coordenadora do Curso de Mestrado Profissional em Diversidade e Inclusão do Instituto de Biologia .

O trabalho de evangelização espírita voltado para pessoas surdas iniciou-se no GEFE - Grupo Espírita da Fé (em Niterói, RJ) no ano de 1991. Desde essa época, são vividos empecilhos no desenvolvimento das atividades muito parecidos com os vividos na escola, pois se ainda não há uma escolarização plena com o uso de LIBRAS pela inexistência de grande parte dos sinais científicos para o acesso aos níveis mais elevados do ensino, no ensino espírita não é diferente. Ainda não há em nossa cidade uma evangelização direcionada à comunidade surda que pudesse se tornar base para o trabalho de formação moral, assim como se observa a necessidade de criação de sinais para os conceitos próprios da Doutrina Espírita como [espírito, perispírito, reencarnação, passe, psicografia] e para as figuras relevantes relacionadas à doutrina como [Allan Kardec, Emmanuel, Dr. Bezerra]. A falta de sinais é percebida nas barreiras comunicacionais ao longo das reuniões de evangelização, de estudo e durante a interpretação em Libras de palestras públicas e eventos. Assim, a constatação não é diferente do que se discute no âmbito da ciência em termos de criação, uniformização e divulgação dos sinais específicos de um campo de saber, neste caso os referentes à Doutrina Espírita. Uma pesquisa dessa natureza não deve diferir da metodologia adotada no campo científico a fim de que os sinais sejam criados e validados pela comunidade surda interessada em conhecer esta filosofia espiritualista do século XIX, reunidos num glossário on-line para divulgação e unificação.

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